sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Travesti de 15 anos sofre atentado


Travesti de 15 anos é alvejados a tiros em Feira de Santana.


Prezado (as) Senhores (as)

Saudações,

O Grupo Liberdade Igualdade e Cidadania Homossexual – GLICH, vem por meio deste repudiar o ato criminoso em que foi vítima uma adolescente travesti na madrugada da ultima terça-feira na BR- 116/SUL próxima a Feira de Santana.

Infelizmente voltamos á denunciar a prática da “Travestifobia” (ódio, aversão as pessoas travestis) em nosso município, e mais uma vez voltamos a registrar a violência contra a população LGBT brasileira.

O caso:

A Travesti de 15 anos natural de Aracaju (Sergipe) que não teve seu nome divulgado foi alvejada com três tiros na madrugada do dia 24/02, após pegar uma carona com três homens de identidades ignoradas a bordo de um FIAT UNO Vermelho. A mesma foi alvejada após ter sido confundida com uma menina e ter se negado a praticar sexo com os três homens que lhe disparam tiros nas nádegas, costa e barriga.
A travesti fugiu de Aracaju com destino a Minas Gerais, alimentado o sonho de implantar prótese de silicone feminino.
Antes desta, a adolescente já teria pegado outras caronas com caminhoneiros.
A adolescente se encontra internada no Hospital Geral Cleriston Andrade, foi devidamente atendida, passou por cirurgia e agora não corre risco de morte.

Providências do GLICH.

O GLICH tomou conhecimento do fato hoje 27/03 através do Jornal Tribuna Feirense e visitará a vítima no hospital, buscando mais informações sobre o caso.
Através do seu departamento Jurídico e do Projeto de Assessoria jurídica gratuita Para LGBT e PVHA em parceria com o Programa Nacional de DST/AIDS irá oferecer todo apoio necessário a vítima.
Também estaremos buscando junto à delegacia e ao delegado titular do caso esclarecimentos e solicitação de que o caso seja investigado minuciosamente e que os culpados sejam apresentados, interragodos e punidos.

O GLICH também irá oferecer transporte, assim que a vítima se restabelecer, para que a mesma possa retornar a sua cidade natal (Aracaju) e voltar ao convívio de sua família.
O GLICH entende que lugar de crianças e adolescentes á na escola e no convívio da família e não nas ruas se prostituindo, mas, este caso só demonstra a falta de assistência do poder público para com as crianças e adolescentes LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis) mais uma vez voltamos a apelar aos órgãos públicos que cuidam de crianças e adolescentes em Feira de Santana, que discutam, analisem e criem estratégias de Prevenção e acolhimento a este público especifico que tem sido constantemente negligenciados.

Temos a nítida certeza que se o caso envolvesse uma GARATA DE 15 ANOS todos os órgãos que cuidam de crianças e adolescentes estariam mobilizados neste momento, inclusive a Vara da Infância e da juventude, por se tratar, sobretudo de um caso nítido de exploração sexual infanto-juvenil, atentado violento ao pudor e seguida de tentativa de assassinato.
Vamos cobrar e esperar que estas instituições de direitos e proteção as Crianças e Adolescentes da nossa cidade se manifestem no caso, provando que não existe homofobia institucionalizada em nosso município.

O GLICH buscará junto a ASTRA (Associação de Travesti de Aracaju) informações que possam ajudar a localizar a família da vítima, haja vista, que a mesma não se recorda dos contatos da família.

Mas uma vez, lamentamos e repudiamos este ato violento e criminoso.


Grato,
Presidente.

Rafael Carvalho – GLICH

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