quinta-feira, 8 de outubro de 2009

I Encontro Nacional de Jovens Gays e outros HSH: Prevenção, Solidariedade e Ativismo


O Grupo de resistência Asa Branca –Grab realizou o primeiro encontro nacional de Jovens Gays e outros Homens que fazem sexo com Homens –HSH para a prevenção, solidariedade e ativismo em HIV/Aids. De 2 a 4 de outubro de 2009, cerca de 150 jovens homens gays e outros HSH , entre 18 e 29 anos, de todos os 27 estados e o Distrito federal se reuniram em Fortaleza-Ceará e deram um grande exemplo de como construir a responsabilidade social e da solidariedade para as questões de HIV/Aids, considerando- se os jovens como sujeitos de direito, políticos e autônomos na construção de um mundo mais justo.
Participamos do evento representando a Associação brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, que foi parceira na organização do evento.O Encontro é um esforço no sentido de enfrentar a elevada incidência de jovens gays e outros HSH.Além de uma forte participação cultural de dança, teatro e vídeos com protagonismo de juventudes bi e homossexual, foram feitas várias mesas, coordenadas pelos próprios jovens, onde eles falaram sobre o paradeiro de seus desejos, a tecelagem da cidadania e prevenção e a construção de políticas públicas para prevenção de jovens gays e outros HSH.
Divididos em cinco grupos, os jovens debateram e tiraram propostas para a vivência das homossexualidades e a prevenção, homofobia, gênero e sexualidades, ativismo e formação política, redução de danos e sorodiscordâncias e solidariedade. No final foi aprovada a carta de Fortaleza que é um documento político, entre os jovens homens Gays e Outros HSH do Brasil solicitam maior atenção com sua cidadania e o direito à saúde, especialmente a prevenção as DST/HIV.
Participei do Grupo de Trabalho Sorodiscordâncias e solidariedade, bem conduzido pelo jovem Samir Amim, da rede nacional de Jovens Vivendo com HIB/Aids de Minas Gerais. Neste momento tive a oportunidade de ver um jovem de uma favela do rio de janeiro, recém infectado pelo HIV, demonstrando o drama de morar em uma área onde ser gay e estar com HIV é um alto chamamento a ser expulso de seu local de moradia. Também pude ver a resistência de um jovem negro com gay com HIV e sua luta diária para enfrentar estigmas, preconceitos e discriminações. Mas o que aprendemos no Grupo, foi a completa ausência de políticas públicas, especialmente de educação no campo da saúde para informar as pessoas que é possível um jovem Gay com HIV amar e manter relações sexuais protegidas com outro Jovem que não tenha HIV.

A Questão da sorodiscordancia, ou seja, uma relação de amor, afeto e sexo, entre duas pessoas , onde uma tenha o HIV e outra não , ainda é um tabu , especialmente na comunidade de jovens gays e outros HSH. Ou esses Jovens não acreditam na prevenção, no preservativo como forma de impedir a infecção pelo HIV ou há um fenômeno conhecido como Aidsfobia, que leva o temor desregrado e irracional contra pessoas que tenham o vírus HIV, sobretudo Gays e outros HSH. Sem dúvida alguma, este é um tema que precisa ser priorizado pelo movimento LGBT, assim como o combate a Homofobia, precisamos encarar o enfrentamento da Aidsfobia e lutar pela inclusão de Jovens Gays e outros HSH vivendo com HIV nas nossas Ongs, oficinas, direções e seminários.

Léo MendesSecretário de Comunicação da ABGLT